quinta-feira, 28 de junho de 2012

Exercício de verbos

1-    Na cerimônia religiosa de casamento na Igreja Católica, o padre, logo após declarar casados os noivos, costuma dizer:


“O que Deus uniu o homem não separe”.


Agora considere a seguinte frase:


“O que Deus uniu o homem não separa”.


Qual dessas duas formas de expressão deixa claro que o casamento é um ato indissolúvel? Justifique.


2-   A leitura atenta do poema de Mário Quintana transcrito a seguir permite que se identifiquem, de maneira clara, referências a momentos diferentes: o presente do eu-lírico, o passado do eu-lírico e um passado remoto (“ferocíssimas batalhas políticas do ano de 1910”).

Pesquisa 
Na gostosa penumbra da Biblioteca Municipal
leio velhos jornais
e
dos anúncios prescritos
das novidades caducas
dos poetas mortos há tanto tempo que parecem de novo estreantes
das ferocíssimas batalhas políticas do ano de 1910
– brotam como balões meus sábados azuis
as horas bebidas aos goles
(num copo azul)
e as ruas de poeira e sol onde bailam sozinhos
os meus sapatos de colegial.

 (Mário Quintana. Porta Giratória. São Paulo: Globo, 1997)


De acordo com o texto, as formas verbais “leio” e “bailam” apresentam o mesmo valor semântico? Justifique.


3-   O anúncio a seguir, publicado há muitos anos, fazia parte da campanha publicitária do tecido Tergal.
















 (Anúncio do Tergal. 1969. Cem anos de propaganda. São Paulo, Abril Cultural, 1980)


Esse texto publicitário combina palavras e imagens, buscando induzir o leitor a comprar o produto: o tecido tergal. Com base nesse comentário, comente a relação que se estabelece entre o modo verbal adotado em “tergalize-se” e os aspectos visuais do texto.


4-   (UNICAMP-1992) As gramáticas costumam definir os tempos verbais de forma simplificada. C. Cunha e L. Cintra, por exemplo, em sua Nova gramática do português contemporâneo, dizem que o futuro designa um fato ocorrido após o momento em que se fala. Observe como Bastos Tigre joga com essa noção de futuro para dar uma interpretação engraçada do sétimo mandamento bíblico:

“Não furtarás - prega o Decálogo - e cada homem deixa para amanhã a observância do sétimo mandamento”.

(Citado por Mendes Fradique em sua Gramática portugueza pelo methodo confuso, 1928)


a)    Qual a interpretação usual (feita, por exemplo, por um rabino, um pastor ou um padre) desse mandamento?


b)   Qual a interpretação feita por Bastos Tigre?

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