quinta-feira, 28 de junho de 2012

Mais exercícios!!!

Texto 1:

Segurança

O ponto de venda mais forte do condomínio era a sua segurança. Havia as belas casas, os jardins, os playgrounds, as piscinas, mas havia, acima de tudo, segurança. Toda a área era cercada por um muro alto. Havia um portão principal com muitos guardas que controlavam tudo por um circuito fechado de TV. Só entravam no condomínio os proprietários e visitantes devidamente identificados e crachados.

Mas os assaltos começaram assim mesmo.

 Ladrões pulavam os muros e assaltavam as casas. Os condôminos decidiram colocar torres com guardas ao longo do muro alto. Nos quatro lados. As inspeções tornaram-se mais rigorosas no portão de entrada. Agora não só os visitantes eram obrigados a usar crachá. Os proprietários e seus familiares também. Não passava ninguém pelo portão sem se identificar para a guarda. Nem as babás. Nem os bebês.

Mas os assaltos continuaram.

 Decidiram eletrificar os muros. Houve protestos, mas no fim todos concordaram. O mais importante era a segurança. Quem tocasse no fio de alta tensão em cima do muro morreria eletrocutado. Se não morresse, atrairia para o local um batalhão de guardas com ordens de atirar para matar.

Mas os assaltos continuaram.

 Grades nas janelas de todas as casas. Era o jeito. Mesmo se os ladrões ultrapassassem os altos muros, e o fio de alta tensão, e as patrulhas, e os cachorros, e a segunda cerca, de arame farpado, erguida dentro do perímetro, não conseguiriam entrar nas casas. Todas as janelas foram engradadas.

Mas os assaltos continuaram.

 Foi feito um apelo para que as pessoas saíssem de casa o mínimo possível. Dois assaltantes tinham entrado no condomínio no banco de trás do carro de um proprietário, com um revólver apontado para a sua nuca. Assaltaram a casa, depois saíram no carro roubado, com crachás roubados. Além do controle das entradas, passou a ser feito um rigoroso controle das saídas. Para sair, só com um exame demorado do crachá e com autorização expressa da guarda, que não queria conversa nem aceitava suborno.

Mas os assaltos continuaram.

Foi reforçada a guarda. Construíram uma terceira cerca. As famílias de mais posses, com mais coisas para serem roubadas, mudaram-se para uma chamada área de segurança máxima. E foi tomada uma medida extrema. Ninguém pode entrar no condomínio. Ninguém. Visitas, só num local predeterminado pela guarda, sob sua severa vigilância e por curtos períodos.

E ninguém pode sair.

Agora, a segurança é completa. Não tem havido mais assaltos. Ninguém precisa temer pelo seu patrimônio. Os ladrões que passam pela calçada só conseguem espiar através do grande portão de ferro e talvez avistar um ou outro condômino agarrado às grades da sua casa, olhando melancolicamente para a rua.

Mas surgiu outro problema.

As tentativas de fuga. E há motins constantes de condôminos que tentam de qualquer maneira atingir a liberdade. A guarda tem sido obrigada a agir com energia.

(Luis Fernando Verissimo. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001).


1 - Ao longo do texto, são intercalados parágrafos curtos, formados por apenas uma frase, e parágrafos que explicitam as tentativas de solução dos moradores para o problema que enfrentam. Qual valor semântico se estabelece entre esses dois tipos de parágrafos?


2 - Que palavra do parágrafo curto assegura e enfatiza o valor semântico acima nomeado?


3 - “Mesmo se os ladrões ultrapassassem os altos muros, e o fio de alta tensão, e as patrulhas, e os cachorros, e a segunda cerca, de arame farpado, erguida dentro do perímetro, não conseguiriam entrar nas casas”.

 Em relação ao trecho acima:

 a) Aponte o valor semântico da conjunção e.

b) Explique o efeito de sentido da repetição da conjunção e na construção de sentido do texto.


4.1 - Ao fim do texto, cessa a regularidade entre os parágrafos. Diga a partir de que frase isso acontece, explicitando o modo e o tempo verbal que passam a predominar na narração.

4.2 – Que mudanças estes novos modo e tempo verbal acarretam na narrativa?


Texto 2:



 (Retirado de: http://www.revistaboemia.com.br/Pagina/Default.aspx?IDPagina=264)



Texto 3:

 Condomínio de luxo é assaltado na zona sul de São Paulo



Um condomínio de luxo foi assaltado no fim da manhã desta quarta-feira (19) no bairro Vila Andrade, região do Morumbi, Zona Sul de São Paulo. Pelo menos três homens entraram em uma das três torres, a dos fundos, do condomínio localizado na Avenida Dona Helena Pereira de Moraes.

(...)

De acordo com o aspirante a oficial da Polícia Militar Caio Teizen, o assalto teve início por volta das 9h desta quarta-feira. Ao menos dois apartamentos foram roubados. Os três homens armados e encapuzados renderam uma funcionária e invadiram o primeiro apartamento. Depois, entraram no segundo apartamento, mantendo em cárcere privado dois moradores, dois empregados deles e mais a empregada que já havia sido rendida anteriormente. Foram roubados computadores e pequenas quantias em dinheiro, segundo Teizen.

(...)

A segurança é feita por uma empresa particular e o condomínio conta com um sistema de vigilância por câmeras. Apesar de os invasores terem subido encapuzados, em momento algum os vigias perceberam a movimentação estranha no prédio. Antes de deixarem o segundo apartamento, o trio amarrou os cinco reféns, que só conseguiram se libertar e chamar a polícia depois de 50 minutos.






5 - A partir da leitura dos textos 2 e 3, podemos afirmar que:


A - As novas tecnologias têm servido para reforçar a segurança domiciliar.

B – As casas são mais seguras que os condomínios, embora estes possuam diversos recursos de segurança.

C – As diversas medidas adotadas para garantir a segurança das residências não têm se mostrado eficazes.

D - Não é possível estabelecer relação entre os textos, já que o primeiro apresenta uma casa, ao passo que o segundo trata de um condomínio.



6 - Pode-se afirmar que uma temática comum aos três textos é:


A - A relação do homem contemporâneo com o caos urbano.

B - O sentimento de insegurança dentro das próprias residências.

C - A insegurança presente nos condomínios de luxo.

D – Os novos recursos empregados para o reforço da segurança residencial.

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